Não conheço qualquer outro projeto que tenha virado realidade no Brasil, envolvendo um governo, áreas carentes, bandidos armados até os dentes, serviços do estado e do município em benefício do cidadão e ação firme das polícias militar, civil, federal e Forças Armadas. Estou me referindo às UPPS.
A última estocada da lei e da ordem saiu-se melhor do que a encomenda. Sem estardalhaço, avisando da ação com antecedência e cumprindo seu cronograma, o estado disse ao que veio e resgatou, como dizem os policiais, território que há muito estava perdido pela cidadania para os malfeitores.
Nota mil para nossos governantes. Não há o que discutir. Nem um tiro foi disparado. A logística foi perfeita. Os envolvidos na operação levada a efeito no Jacarezinho estão todos de parabéns. A cidadania está em paz na região e assim, vai o governador somando pontos a seu favor.
Há que se tomar cuidado para que a cracolândia que funcionava no local, não mude de esquina.
Agora, a minha crítica. Sou andarilho. Das seis e meia de todas as manhãs, até às nove, ando na orla da zona sul. Tenho encontrado um número considerável de vítimas, geralmente do sexo feminino, que vem perdendo seus cordões, seus celulares e suas bolsas, que lhes são arrebatados por marginais de bicicleta, geralmente, pedalando em alta velocidade, na contra mão do fluxo de veículos, na Delfim Moreira, na Vieira Souto e também, na Avenida Atlântica.
Pacificar os morros, dando ordenação às favelas, sem dúvidas. Por outro lado, permitir que a vagabundagem coloque fogo nas ciclovias, tirando a tranquilidade de quem paga seus impostos, não é a melhor pedida.
Acredito na boa vontade tanto do governo do estado quanto do governo da prefeitura e por isso mesmo alerto aos nossos administradores públicos de segurança, que são os agentes da polícia e da guarda municipal, para que reforcem suas atenções e suas ações na orla da Zona Sul.
Certamente, assim como a população das favelas pacificadas está exultando com a tranquilidade que passou a desfrutar, os usuários das praias também exultarão se os bicicleteiros marginais forem interrompidos em sua sanha de furtar com violência, rasgando roupas, empurrando ao chão suas vítimas e limpando-as de seus pertences.
É hora de olhar com cuidado para a paz que precisa imperar também no asfalto.
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