quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Preço justo

Na Holanda, cientistas trabalham no desenvolvimento de um smartphone que se destaca não somente por inovações tecnológicas, mas também pelo processo de produção e pelos materiais utilizados. Sustentabilidade, condições de trabalho dignas na extração das matérias-primas e na fabricação e preservação do meio ambiente estão em primeiro plano para os realizadores do projeto.Para a produção de um smartphone, é necessária uma variedade dos chamados metais de terras raras e de outras matérias-primas, muitas vezes denominados "metais de zonas de conflito". Como o nome sugere, eles são provenientes de regiões onde reina a guerra civil e violações dos direitos humanos são comuns. Muitos desses metais vêm da República Democrática do Congo, país rico em recursos minerais, onde esses metais são explorados em condições perigosas, muitas vezes por crianças. Os lucros obtidos com a venda são frequentemente utilizados por bandos armados para aumentar seus arsenais. O maior fornecedor mundial dos metais de terras raras, no entanto, é a China. Como a extração é realizada por meio de uma solução ácida, com a qual os metais são lavados e retirados dos poços de perfuração, uma lama envenenada resulta como subproduto. Na China, regiões inteiras foram devastadas e vilarejos contaminados pelo processo. Devido ao grande número de intermediários, para os fabricantes de celulares é difícil constatar de onde vêm as matérias-primas usadas em seus aparelhos. Mas para Johanna Kusch, da Germanwatch, ONG que se ocupa intensamente do tema responsabilidade empresarial no setor de telefonia móvel, os fabricantes poderiam fazer muito mais.Segundo a Germanwatch, os fabricantes deveriam agir de forma muito mais incisiva. É justamente nesse ponto que o empresário holandês Bas van Abel entra em ação. O FairPhone em processo de desenvolvimento por ele e sua equipe é um smartphone baseado no comércio justo de matérias-primas e nas boas condições de trabalho em todas as etapas de produção. Os primeiros aparelhos devem chegar ao mercado no segundo semestre deste ano. No entanto, o FairPhone não deverá ser um aparelho comercializado de forma totalmente justa. "Há simplesmente um número demasiadamente alto de locais e pessoas envolvidos no processo de produção", admite Van Abel. Por isso, sua pretensão é produzir o telefone celular mais justo disponível no mercado. (Foto de divulgação)

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