terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Preços contra gordura

A Real Academia de Médicos da Grã-Bretanha propôs um aumento de 20% no preço dos refrigerantes para combater a obesidade no país.Em um relatório, a associação médica diz que a obesidade é responsável por uma "grande crise" de saúde no país. A Grã-Bretanha é um dos países com maior proporção de obesos no mundo. Cerca de um quarto dos britânicos estão acima do peso e a expectativa é de que esse número dobre até 2050. Além da taxação, a associação defende ainda o fim da publicidade de produtos com alta concentração de gordura saturada, sal e açúcar até às 21h e a redução de pontos de venda de fast food próximo às escolas. Um aviso específico para crianças com a quantidade de calorias deve estar no rótulo dos alimentos, segundo a associação.A associação também querem que o governo destine mais dinheiro ao serviço público de saúde para cirurgias de redução de estômago. Porta-vozes da indústria alimentícia reagiram o relatório dizendo ele pouco acrescenta ao debate sobre a obesidade. Para Terry Jones, da Federação de Comida e Bebida, o relatório é pouco relevante. "Uma coleção de ideias desequilibradas aparentemente sob forte influência de grupos de pressão", disse, ao classificar o documento. A Associação Britânica de Refrigerantes também se pronunciou contra, dizendo que esse tipo de bebida contribui com "apenas 2%" do total de calorias de uma dieta média.

Mas estas iniciativas podem estar atrasadas. Em Nova Iorque, por exemplo, medidas até mais duras, como a remoção de todas as máquinas de vendas de refrigerantes nas escolas e a proibição do consumo naqueles locais estão em vigor já há algum tempo por iniciativa do prefeito Bloomberg. Mas a indústria de refrigerantes possui armas interessantes. O Japão costuma receber os primeiros lançamentos de alimentos e produtos tecnológicos avançados e também estranhos. Desde novembro a Pepsi passou a vender lá a Pepsi Special, praticamente desconhecida e ignorada no resto do mundo. Sua fórmula possui dextrina, uma fibra alimentar solúvel em água. Ela está presente em vários suplementos que prometem retardar a absorção de gordura pelo organismo, eliminando grande parte dela. Estudos japoneses de 2006 comprovam a eficiência da dextrina em ratos, mas não se fala nada sobre quanto de dextrina ou quanto desta Pepsi se pode ingerir por dia. Nos anos 1990 houve tentativas, por parte de redes de fast-food americanas, de colocar olestra, outra fibra anterior à dextrina em alimentos salgados e gordurosos. Funcionava, mas em grande quantidade causava gases e diarreia e até perda temporária do movimento peristáltico. Mesmo assim, o poderoso FDA americano defende e permite o uso de olestra, enquanto ela é banida no Canadá e Inglaterra. A Pepsi defende a dextrina, mas grupos de cientistas afirmam que a dose diária necessária para de fato reduzir a absorção de gordura com dextrina também poderá provocar gases e diarreia e que ninguém deveria tomar mais de um copo de Pepsi Special por dia. Ao que parece nenhum cientista percebeu quantos gases tem as pessoas que tomam uma garrafinha de 2 litros de qualquer cola por dia. (Foto de divulgação)

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