quarta-feira, 13 de março de 2013

No muro, peitos!

Algumas semanas atrás um grupo de mulheres judias foi preso na área do Kotel Hamaravi (muro das lamentações) a pedido dos ortodoxos judeus que se sentem como proprietários do local com autoridade auto-concedida para determinar o funcionamento do tal sítio sagrado. O que de mal, terão feito estas mulheres, diferente de todas as outras que lá estão, diariamente, para serem presas? Usavam talitot (xales de oração que na tradição ortodoxa são usados por homens), e abriram um rolo da Torá de sua propriedade, em uma mesa. Note que isso não foi nem na parte da área próxima ao muro destinada aos homens, nem na das mulheres, mas, antes da cerca, local considerado área livre de outras regras, tanto que ali, turistas, peregrinos e gente de toda a parte fazem o que bem entendem, inclusive, entoam seu cânticos a D'us em suas próprias religiões. Este patrulheiros ortodoxos do Muro também não irão interferir com nenhum cristão fazendo suas orações a Jesus com seus crucifixos, mesmo que seja no próprio muro. Mas, mulheres judias livres? Isso é algo que esses tais não toleram. Existe há muitos anos a associação Mulheres do Muro, que luta pelos seus direitos (que acham que tem) e criam situações de confronto, para ganhar espaço de mídia. Existe uma decisão da Suprema Corte de Israel declarando que elas podem fazer o que quiserem na área lateral do Muro conhecida como Arca de Robinson, a poucas dezenas de metros dali. Nesta terça-feira (12/03) um grupo de 300 mulheres acompanhadas de três parlamentares do Knesset foi ao Muro das Lamentações, entrou na área feminina, todas as participantes com talitot e rezaram como quiseram cercadas pela polícia e não se importando com gritos incessantes dos homens hareidim (religiosos ortodoxos) que lá estavam e que também, curiosamente, sopravam o shofar (chifre de carneiro ritual) em protesto e para atrapalhar as mulheres. Esse é um uso inédito do shofar e você deve estar surpreso. A presença das parlamentares Stav Shafir (Avodá) - a ruiva à direita na foto -, Tamar Zandberg e Michal Rozin (Meretz), inibiu a polícia em atender os apelos de prisão feitos pelos hareidim. Nenhuma das três se define como religiosa. Pela Halachá, a lei religiosa judaica, o talit não é proibido para as mulheres. Como citação temos no site do Chabad internacional: "...é um costume adotado que as mulheres não usem talitot..." Qualquer hora dessas a Femen (organização feminista) decide fazer sua usual manifestação mostrando os peitos por lá e aí, vamos ver como vão se comportar os pudícos.

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