quarta-feira, 20 de março de 2013

Sobre Bergoglio


Não sendo católico apostólico romano mas, muito preocupado com os destinos deste transatlântico à deriva em que se transformou a Igreja de Pedro, e, ainda tendo feito comentários sobre comportamento de padres, papas, pedofilia entre clérigos, escândalos financeiros que pairam como nuvens pesadas sobre a Banca del Vaticano, tenho certeza de que é de bom tom que eu coloque claras as minhas ideias sobre o novo Papa.

Francisco, ou Chico para nós cariocas, ou ainda, Chiquinho para os íntimos, além do bom gosto de ser um apreciador de futebol, acaba de ganhar, ao menos inicialmente, a minha estima, vez que começou declarando o que sempre afirmei em minha vida: "A IGREJA É PARA OS POBRES."

Fazem mais de quarenta anos que afirmo o fato de que "GOVERNOS EXISTEM PARA POBRES, VEZ QUE, RICOS RESOLVEM SEUS PROBLEMAS."

Ora, um homem que vem das ruas de Buenos Aires, aqui pertinho, capital da Argentina, que sabe o que é uma favela sulamericana, que conhece as mazelas daqueles políticos ladrões que sempre roubaram a sociedade americana mais pobre, localizada na parte de baixo do globo terrestre, um homem que pautou sua vida por uma conduta reta e que não está acostumado a deixar passar problemas em branco, um homem que só não foi Papa antes, porque o inquisidor moderno, controlando os votantes, estava com os mesmos interesses, um homem que em duas votações papais, esteve na dianteira e garantiu favoritismo, um homem que quer resolver problemas, tem que contar com o benefício de nossa dúvida.

O benefício de nossa dúvida reside em garantirmos ao novo Papa, ao menos a condição de trabalho por um período de um ano, para que possamos começar a avaliá-lo como um bom representante de Jesus na Terra. À Bergoglio - Francisco, darei o benefício de minha dúvida e o tempo que considero razoável de um ano para voltar a comentar sobre ele, a não ser que fatos supervenientes e fundamentais apareçam e me obriguem a tratar dos mesmos.

Não quero deixar de declarar que não vejo qualquer diferença entre seres que professam qualquer religião. Não dou valor maior a ninguém por ser judeu, cristão, muçulmano ou budista, Também não tiro seu valor. Ainda assim, quero reafirmar, vez que em várias oportunidades já me pronunciei a respeito que sou absolutamente contra o diálogo institucional judaico-cristão.

Acredito que possa haver um entendimento entre as duas religiões, apenas se e quando o Vaticano reconhecer a capital de Israel, o Estado Judeu, em Jerusalém. Caso contrário, depois das Cruzadas, da expulsão dos judeus da Espanha, da Inquisição, da propaganda anti-judaica produzida pelos mandatários do Vaticano por séculos, que culminaram com o Holocausto que significou o assassinato de cerca de seis milhões de pessoas por serem judias e, ainda depois de toda a propaganda feita do púlpito na celebração de missas, colocando judeus como deicidas e assassinos rituais, não há razão alguma para a manutenção de qualquer tipo de contato oficial entre as duas religiões monoteístas.

Enfim, que este papa Francisco, seja leve para a humanidade. Que possa como parece que vai, se utilizar de toda a experiência que adquiriu como homem e se transforme num santo. Que leve de verdade aos que sofrem, não apenas palavras de conforto, mas atitudes que venham a se constituir num marco que produza o respeito que uma instituição milenar e em rede planetária como a Igreja o é, deveria ter produzido em sua existência.

Chico, além de sermos San Lorenzo, desde "mui chicos" te saludamos e estamos con usted. Não nos decepcione!

La pelota está en sus pieds e manos.

Ronaldo Gomlevsk

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