quinta-feira, 6 de março de 2014

Governo alemão desenterra passado judaico

A comunidade judaica de Colônia já foi a maior na Europa ao norte dos Alpes. Novo museu deverá reconstruir passado, lembrando sua tradição de cidade aberta e cosmopolita desde a Idade Média. Num sítio arqueológico situado no centro de Colônia, cidade localizada no oeste alemão. Foram descobertas ruínas de uma mikvá da Idade Média – casa de banhos judaica. Nas imediações do centro histórico da cidade, foram encontrados vestígios da história de dois mil anos da cidade. Os arqueólogos conseguiram detectar que, na Idade Média, havia ali um bairro judaico, construído bem em cima das ruínas de uma edificação romana. Já nos anos 1950 e 1960, os arqueólogos começaram a se interessar pelo que havia debaixo da praça da prefeitura, nas imediações da Catedral de Colônia. Em 1956, foram descobertos vestígios de uma mikvá no local, bem como da sinagoga frequentada pela comunidade judaica, que existia na Idade Média na cidade. Os arqueólogos procuraram descobrir até onde vão as raízes da comunidade judaica de Colônia. Na praça da prefeitura, eles acharam partes de uma sinagoga, inclusive uma bimá (plataforma sobre a qual fica uma mesa, de onde se lê a torá), bem como restos de comida kosher, quadros negros com provérbios escritos e objetos de decoração."No século 4º já havia uma comunidade judaica em Colônia", diz Marcus Trier,diretor do Museu Romano-Germânico da cidade e coordenador interino das escavações. Suas dimensões e onde os judeus viviam exatamente não se sabe ao certo. As escavações arqueológicas levam a crer, contudo, que a partir do século 10 muitos judeus viviam na cidade. A sinagoga de Colônia na praça da prefeitura é considerada a mais antiga na Europa ao norte dos Alpes. No entorno dela, os arqueólogos encontraram indícios de uma convivência tranquila entre cristãos e judeus. "Era um bairro fechado, mas que mantinha um intercâmbio com os cristãos. Durante um longo tempo, havia uma convivência que funcionava bem", diz Trier. A prova de que isso viria a mudar posteriormente é o pogrom do ano de 1349 e, por conseguinte, a perseguição aos membros da comunidade judaica que se seguiu. Em 1424, todos os judeus foram obrigados a deixar a cidade. Uma prova extraordinária do pogrom é um brinco de ouro, também encontrado pelos arqueólogos na praça da prefeitura – um exemplo perfeito da ourivesaria saliana do fim do século 10 e início do século 11. A proprietária do brinco provavelmente deve te-lo escondido para protege-lo de saqueadores. "Um peça valiosa como essa ninguém perde simplesmente por aí", suspeita Trier. Há planos de criação de um Museu Judaico no local – uma localização autêntica, ou seja, os objetos serão exibidos onde ficava a sinagoga, centro espiritual e religioso. No projeto arquitetônico do Museu serão envolvidos os vestígios da sinagoga e da mikvá, o banho ritualizado judaico.

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