terça-feira, 25 de março de 2014

O Império Romano e os piratas

Lá pelos idos 70 AEC, ou seja, há mais de dois mil anos, certas rotas utilizadas pelos romanos e seus parceiros comerciais, em diversos mares, por anos a fio, se encontravam lotadas de piratas que abalroavam as embarcações romanas, lhes roubavam a carga e em muitas oportunidades, matavam todos os seus tripulantes.

O Senado romano resolveu acabar com esta situação que causava enormes prejuízos aos cofres do império e nomeou Pompeu, na época, o mais vitorioso de seus generais, acostumado a batalhas em terra e marítimas para cuidar deste caso.

Este homem, afeito às coisas do mar e muito experiente em relação aos assuntos da guerra, dividiu os mares infestados de bandidos, nomeou responsáveis por cada pedaço daqueles caminhos marítimos e partiu para o combate, obtendo significativas vitórias e, consequentemente, livrando aquelas águas de malfeitores e rapidamente garantindo a pacificação das rotas cujo resultado foi um enorme incremento para os negócios realizados com além mar.

Modus in rebus, como diriam Sulla, Catilina, Crasso ou Cicero, se nós analisarmos o que vem se passando na orla e no seu entorno, na região da Zona Sul do Rio de Janeiro, com assaltos praticados de dez em dez minutos por gangues de bicicleta e pelas já conhecidas turmas das bermudas, compostas ambas por adolescentes menores que não podem sequer ser tocados e que ao serem como se diz agora, acolhidos, voltam no dia seguinte para praticar mais e mais delitos, chegaremos rapidamente à conclusão de que estamos perto de dois mil e oitenta anos atrasados com relação à solução desta questão.

Como sugestão, deixo para o meu queridíssimo prefeito, a ideia de primeiro criar uma secretaria especial sob o comando do nosso jovem e reconhecido bom xerife, Rodrigo Bethlem, para cuidar deste assunto, assim como o fez Pompeu por delegação do Senado Romano no caso dos piratas, para que este, em seguida, articule a nossa honrosa e prestimosa Guarda Municipal para que patrulhe os quarteirões que vão do Leme à Visconde de Albuquerque, com atenção também nos quarteirões interiores, através de homens de bicicleta, organizados de dois em dois, ao número de quatro por quarteirão, munidos de cassetete e apitos para comunicação inteligente através de códigos pré estabelecidos.

Certamente, como os romanos em relação aos mares, nós também ficaremos livres desses criminosos que ao fugirem das UPPS, ganharam o asfalto e estão infernizando a cidadania, sem que se possa afirmar que haja algum esforço específico para resolver esta situação que coloca a cidadania à mercê da vagabundagem.

Sei que este assunto não se resolve apenas com repressão. Sei que é fundamental colocar esta turma nas escolas e oferecer-lhes oportunidades. Enquanto isso não acontece com a rapidez que desejamos, não vejo outra saída do que a defesa do cidadão que, desarmado por lei, está sendo desafiado moral, física e mentalmente e está perdendo este combate.

Que venham os guardas municipais, armados de táticas e estratégias inteligentes.

Defender o idoso, o jovem, inclusive o adulto de uma epidemia como esta que estamos vivendo nas nossas barbas, também é uma das tarefas do estado.

E, na opinião de quem está sofrendo nas ruas, é tarefa das mais urgentes.

No andar desta carruagem, o que vira a ser dos turistas estrangeiros que por aqui chegarem para aproveitar nossos eventos internacionais. Enfim, o que será da imagem do nosso Rio, aqui fora, vez que me encontro na Croácia, verificando se eles podem nos vencer na abertura da Copa e fazendo aquela já tradicional radiografia de sua comunidade judaica, que estará nas mãos de nossos leitores, no finalzinho de abril.

Ronaldo Gomlevsky

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