Após festejada apresentação em sua nova pátria russa, o ator de cinema Gérard Depardieu voltou à Europa, onde participou nesta segunda-feira (07/01) da festa de gala da Fifa, em Zurique, na Suíça. Aficionado por futebol, o ator que já foi goleiro quando era jovem, participou da entrega da Bola de Ouro, prêmio concedido anualmente pela Fifa ao melhor jogador e melhor jogadora de futebol de todo o mundo. Durante a festa, a presença de Depardieu pôde ser entendida como publicidade para a Copa do Mundo de 2018, que se realizará em sua pátria adotiva, a Rússia. No domingo, o ator de 64 anos recebeu das mãos do presidente Vladimir Putin seu novo passaporte russo. À noite, segundo informou um porta-voz do governador local à agência de notícias Interfax, Depardieu deixou a república russa da Mordóvia, onde lhe foi preparada uma recepção entusiástica. Na terça-feira, no entanto, Depardieu terá de ir a um compromisso menos aprazível: ele deve se apresentar à Justiça francesa por ter caído de sua motocicleta enquanto estava alcoolizado, em fins de novembro, em Paris. Como ninguém saiu ferido, e caso assuma sua culpa, Depardieu deverá pagar somente multa em dinheiro e receber alguns pontos no sistema francês de registro de tráfego. Devido à discussão em torno dos altos impostos em seu país natal, Depardieu pretende deixar a França e ameaçou abrir mão de sua cidadania francesa em carta furiosa enviada ao primeiro-ministro francês, Jean-Marc Ayrault, em meados de dezembro. Pela lei francesa, com a opção pela nacionalidade russa, Depardieu tem o direito - mas não a obrigação - de entregar sua cidadania francesa no prazo de um ano. Para tanto, é preciso comprovar endereço permanente no estrangeiro, que também deve ser seu principal local de residência. Isso não deve ser problema para Depardieu. O ator já comprou uma casa na Bélgica, e na República da Mordóvia lhe foi oferecido um apartamento ou terreno para construir uma casa. Depardieu já declarou que se pode "viver bem" na Rússia e que conhece "locais maravilhosos" naquele país. Sua luxuosa mansão parisiense continua à venda. A imprensa europeia reagiu com ironia, e em alguns casos até com uma nota de tristeza, ao anúncio da cidadania russa concedida ao ator. Na Alemanha, o jornal berlinense Tagesspiegel publicou um desenho de Depardieu como Obelix, segurando um menir de notas e moedas, recebido por um Putin disfarçado de Asterix. Sob o título "Que presente", o jornal retomou as críticas do filósofo e escritor francês André Glucksmann, que disse ter "vergonha" de Depardieu. O Herald Tribune International sublinhou que o "Sr. Putin viu uma espécie de Justiça e uma oportunidade para a Rússia, que há muito tempo vê seus ricos partindo para o Ocidente, de recuperar um deles, e não apenas qualquer um, mas um ator machista de reconhecimento imediato."
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