quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

ALEMÃES QUE ODEIAM O ISLÃ

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O movimento "Europeus patriotas contra a islamização do Ocidente" (Pegida, em alemão) carrega os seus medos no nome. Desde meados de outubro, o grupo protesta todas as segundas-feiras de noite em Dresden contra tudo o que eles consideram como "islamização", abuso das leis de asilo ou ameaça à cultura alemã.

Essas preocupações não se refletem em slogans abertamente racistas, mas em faixas com dizeres do tipo "Unidos e sem violência contra guerras religiosas em solo alemão". Os manifestantes foram instruídos pelos organizadores a não falar com a imprensa. Com o aumento do número de participantes, as marchas ganharam notoriedade nacional: se inicialmente eram apenas algumas centenas de pessoas, agora já chegam a 10 mil.

De acordo com a associação Kulturbüro Sachsen, que monitora a cena neonazista no estado da Saxônia, não há extremistas de direita envolvidos na organização das manifestações. Entre os organizadores há, por exemplo, pessoas que já foram ligadas ao Partido Liberal Democrático (FDP).

Os organizadores se distanciam explicitamente do radicalismo de direita. No entanto, muitos neonazistas participam das marchas e apoiam o movimento. Questionado pelo jornal Sächsische Zeitung se a presença deles incomoda, o iniciador do Pegida, Lutz Bachmann, evitou responder a pergunta e preferiu afirmar que, pela lei, não pode proibir a participação de ninguém.

Apesar da presença de neonazistas e de grupos de hooligans e gangues de motoqueiros nas marchas, cidadãos comuns formam a grande maioria dos manifestantes. "Nós vimos pessoas de classe média baixa e muitos torcedores de futebol", disse Danilo Starosta, do Kulturbüro Sachsen. Os organizadores do Pegida conseguiram mobilizar pessoas muito além dos habituais círculos de extrema direita.

Em muitas cidades alemãs foram criados grupos no Facebook seguindo o modelo do Pegida. E há chances de sucesso: estudos apontam que até um quarto da população alemã é suscetível a ideias populistas de direita. Mas ao contrário do que ocorre no Reino Unido e na França, apenas uma pequena parcela considera votar em partidos políticos que seguem essa linha ou sair às ruas.

A presidente Angela Merkel se posicionou em discurso na TV contra a parcela da população que se manifestou acima. Note que ela jamais fez isso quando setores da população alemã, incluindo aí os muçulmanos alemães foram para as ruas contra os judeus, pedindo que os judeus fossem expulsos da Alemanha ou, de preferência mortos, numa continuação da sanha nazista.

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