Até que Muhamar Al Kadafi assumisse o poder na Líbia e terminasse com a vida judaica por lá no transcorrer de 1969, a comunidade judaica local teve uma longa trajetória. Os judeus chegaram à Cirenaica vindos do Egito no século 3 AC. Por esta região passavam as rotas de comércio do Norte da África até Jerusalém. Este fato permitiu que os judeus líbios mantivessem fortes laços com Jerusalém. No ano 73 DC, quando floresciam as revoltas judaicas contra os romanos, um zelote vindo da Judeia chegou à Cirenaica e comandou o levante abafado pelo Império Romano. O líder e muitos seguidores foram presos e mortos. Desde então a presença judaica por lá foi pouco registrada. Em 1911 a Líbia se tornou colônia italiana e em 1939 havia 21.000 judeus vivendo no país. Quando as forças nazistas junto com as tropas italianas de Mussolini fizeram da Líbia sua base para atacar o Egito (forças inglesas) e conquistar o Canal de Suez, foram decretadas leis antissemitas. Os judeus foram proibidos de ter empregos, negócios no comércio e foram impedidos de estudar. 2.000 judeus foram enviados para campos de concentração e trabalhos forçados no meio de deserto. Quase todos morreram. Depois da Segunda Guerra Mundial a situação não melhorou. Ainda em 1945, houve um forte ataque aos judeus, na capital, Trípoli. Todas as sinagogas da cidade foram saqueadas e destruídas. Casas e lojas de judeus foram invadidas e saqueadas. Houve muitas mortes. Em 1948 com a Independência de Israel o ataque se repetiu e mais judeus foram mortos pelos muçulmanos. Naquela oportunidade, os judeus reagiram e enfrentaram as massas, lutando com bravura e salvando muitas vidas. Entre 1948 e 1951, 31.000 judeus líbios emigraram para Israel. Nas décadas de 1950 e 1960 o fluxo continuou. Na época da Guerra dos Seis Dias, ainda havia 7.000 judeus na Líbia. Os ataques aos judeus recomeçaram e seus dirigentes solicitaram ao Rei que pudessem sair. Em um mês, o rei permitiu que seis mil judeus fossem para Roma, levados pela marinha italiana. Quando Kadafi assumiu o poder, apenas 100 judeus estavam na Líbia. Todas as suas propriedades foram confiscadas, as dívidas dos muçulmanos para com os judeus foram canceladas e deixar a Líbia passou a ser um comportamento ilegal. Quase todos fugiram do país e no início dos anos 1970 havia apenas 20 judeus por lá. Em 2002 todos já tinham falecido. Hoje, a Líbia é um país "livre de judeus." Para nós aqui de Menorah rapidinhas, graças a D'us.
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