Por Ronaldo Gomlevsky
Na Alemanha, o movimento contra a circuncisão. No Rio de Janeiro, não importa se hoje ou há três anos, um candidato a representante do povo queima a bandeira de um país amigo do Brasil, conhecido como o Estado Judeu.
O que é que estes dois fatos tem em comum, independentemente de sua temporalidade ou do espaço territorial onde ocorreram?
Muitos de nós judeus vão gritar: É ANTISSEMITISMO!
Para mim, já tão acostumado a tratar destes temas, posso assegurar que não importa o que o outro faça ou tente contra nós. O que está me importando é a atitude que devo tomar diante da agressão que sofro.
Vamos lá: onde estão os democratas, verdadeiras pontes com quem as lideranças judaicas devem se relacionar? No caso da Alemanha, para que os judeus impeçam, através de esforço organanizado, inteligente e objetivo, o ataque da maioria às suas tradições e costumes, não há outra alternativa a não ser fazer política e ajudar a eleger aqueles que falem e vibrem nos parlamentos em seu nome e para garantia de suas liberdades.
Sem dúvidas, a responsabilidade de encontrar estes interlocutores cabe àqueles que estão sendo vitimas da pressão que a maioria, na democracia, não está autorizada a fazer sobre minoria alguma em se tratando de regime político que consagre o respeito ao modo de vida alheio. Ou seja, no regime que consagra liberdades, cabe a quem se sente ameaçado.
No caso do tal Babá, o brasileiro incendiário que queimou o mais significativo símbolo israelense, cabe aos democratas nacionais, sem dúvida, estimulados pelas lideranças interessadas, encostá-lo na parede, através de ações judiciais pertinentes, e colocá-lo diante da lei brasileira, a qual esta figura leviana e esdrúxula, em algum momento, transgrediu.
Vou contar um caso que me ocorreu na época em que presidi a Federação Israelita do Rio de Janeiro há, mais ou menos, trinta anos.
Era um domingo. Corriam as eleições para prefeito no meio dos anos oitenta e, enquanto saía de minha casa com meus dois filhos mais velhos para passear, escuto um discurso contra os judeus, vindo do alto de um carro de som que passava pela orla da Zona Sul carioca, no qual estava empoleirado, usando um megafone, um cidadão que mais parecia um galinho garnizé.
Era um vereador que se candidatava a prefeito da cidade. Seu nome: Wilson Leite Passos.
Voltei para casa, peticionei ao juiz eleitoral e consegui tirar do ar, através do regular uso da justiça, a propaganda difamatória e sem cabimento, em minha opinião, que era veiculada por aquele candidato.
Em outras oportunidades, usando lei de minha autoria produzida em nossa passagem pela Câmara Municipal da Cidade Maravilhosa, apreendi livros de propaganda nazista em Bienais distintas.
O que quero declarar é que, ao invés de chorarmos o leite derramado, nossa única condição de defesa de nossos direitos é sabermos usar, nos países democráticos dos quais somos cidadãos, a lei que garante a condição do ser humano cidadão.
Esta compreensão, que qualquer liderança, de qualquer grupo, deve manifestar sobre a forma de defender os legítimos interesses do segmento que representa, é que falta para que haja sucesso em sua ação representativa, em casos como estes de violação de direitos garantidos pela democracia a qualquer minoria.
Ao invés de somente querermos comer o fígado de nossos adversários através da internet, vamos cobrar, de quem nos representa, ações para as quais, muitas das vezes, não estão preparados para executar. E, se não sabem, que deixem o posto que ocupam para quem sabe.
Há entre nossos dirigentes quem saiba o que deve ser feito. Então, que façam o que deles se espera!
Além disso, qual é a nossa parte, nesta precisa hora?
Saber votar. Você democrata e você judeu, avaliem bem o candidato Freixo, que finge ser contra seu companheiro de partido, mas que, no mesmo momento, o elogia.
Ora, criticar o errado não necessariamente precisa ser seguido de afago, para não pegar mal. Errado é errado, e certo é certo.
Vamos usar, neste momento eleitoral, a nossa única arma contra os antidemocratas travestidos. Vamos votar contra quem não gosta de judeu, que são os que queimam a bandeira dos judeus, representada pela estrela de David.
Vamos usar a nossa maior arma para dizer não. A maior arma que possuímos, senão a única, contra os políticos que nos atacam e nos ofendem, é o voto.
Não ao Freixo e não à sua babá, que mais parece uma bruxa!
Saudações sionistas!
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