terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Desgraça ecológica

nota_07A chuva que castigou a região serrana fluminense há pouco mais de um mês e causou a morte de mais de 900 pessoas foi tão rara que pode levar cerca de 500 anos para ocorrer novamente. A conclusão faz parte de um estudo da Coordenação de Programas de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ). O documento já foi encaminhado à Presidência da República e esta semana será entregue ao governo do Rio de Janeiro.
De acordo com o professor Paulo Canedo, especialista em hidrologia da Coppe e responsável pelo levantamento, os estragos observados na região foram consequência de uma combinação de fatores. Ele explicou que primeiro houve uma chuva não muito forte, mas de longa duração, que deixou o solo encharcado e instável. Em seguida, uma chuva frontal, decorrente de uma frente fria, incidiu sobre o Sudeste e particularmente sobre a serra, causando uma série de desastres. Ao mesmo tempo, uma chuva fortíssima atingia alguns pontos localizados, proveniente de uma formação de nuvens chamadas cúmulos-nimbus, que são de grande intensidade. Segundo o especialista da Coppe/UFRJ, o fenômeno teve uma agravante: a formação de barragens naturais nos rios com o material - imenso volume de terra, enormes pedras, árvores, entre outros - que deslizou das encostas e foi arrastado pela tromba d'água. Segundo ele, essa barragem não aguentou o acúmulo da água proveniente da chuva "astronomicamente grande" e se rompeu. Paulo Canedo destacou que diante desse cenário não seria possível evitar uma tragédia na região. Ele defende, no entanto, que algumas medidas preventivas poderiam ter reduzido o número de vítimas.

Táxi Turco para NY

Aqui no Brasil população, autoridades e motoristas de táxi nunca entenderam a necessidade de modelos de carros projetados para serem táxis. Em outros países, temos desde as lambretas tuc-tuc orientais até os táxis ingleses e os novaiorquinos. São veículos projetados para os motoristas e para os passageiros com soluções que não teriam funcionalidade para um carro de passeio. Aqui, pintamos de amarelo ou branco e vamos a luta. Mas a autoridade que controla os táxis de Nova Iorque decidiu fazer uma licitação popular e depois de escolhidos três finalistas a população escolheu o Karsan V1 projetado na Turquia. Ele bateu os modelos da Ford e Nissan com 66% dos votos populares. Os principais atributos são motor híbrido e econômico, janelas panorâmicas e rampas para cadeiras de rodas dos dois lados. O projeto permite a troca e uso de forma simples, de motores a diesel, gás natural ou totalmente elétrico. A decisão que sai no final do ano, pode colocar os já folclóricos motoristas "turcos" americanos (todos os árabes) num carro que lhes cairá bem no coração.

Holocausto made in Japan

nota_05Japão procura horror da Segunda Guerra Mundial em Tóquio e começa a escavar o local onde pode ter existido a secretíssima Unidade 731. Historiadores a relataram. Seus membros deram entrevistas, mas o governo japonês nunca admitiu a existência da 731 até agora. O receio é de desenterrar fantasmas de um momento terrível. As escavações estão sendo feitas no local onde existiu uma escola de medicina em que os cientistas japoneses teriam testado armas biológicas em prisioneiros de guerra. No final da vida, uma enfermeira não identificada, não aguentou e entregou a localização da 713. Ela garante ter participado do grupo que enterrou partes de corpos quando as tropas americanas começaram a ocupar a capital em 1945. Se forem encontrados corpos com traços de experiências médicas em vida, o governo japonês terá que admitir. As experiências eram similares às de Menguele e seus animais nazistas em Auschwitz: cirurgias sem anestesia, congelamento até a morte em testes de resistência e outras coisa horripilantes. Acredita-se que a maioria das vítimas seja de prisioneiros chineses, mas pode haver de outras nacionalidades. Estamos falando de uma época em que soldados japoneses, em terras invadidas, treinavam tiro e ataques com baioneta em prisioneiros chineses (como na foto da invasão japonesa de Nanquin, na China), birmaneses, tailandeses e filipinos. Muitos fantasmas ainda vão aparecer.

Tem judeu no samba

A escola de samba Pérola Negra, de São Paulo, exibirá o enredo "Abraão - O partriarca da fé," em seu carnaval de 2011. Ao contar a lenda de Abraão, comum as três tradições monoteístas - judaísmo, cristianismo e islamismo -, o objetivo da escola é ilustrar a importância, para a sociedade atual, da busca por algo divino para amenizar suas dores e cicatrizar suas feridas, pois nada é por acaso. A Ala judaica já se organiza e será a ala 18 (foto). Abraão Gilbert, conhecido apenas como Gilbert, foi convidado pelo presidente da agremiação Pérola Negra, Edilson Casal, para participar do desfile de 2011. "Estou muito feliz com o convite. Existem três coincidências ótimas da minha vida com o tema da Escola: também me chamo Abraão, nasci no Egito e sou Judeu. São coincidências muito fortes e eu não poderia recusar esse convite, era impossível ficar de fora", comentou.

Hamas se vendeu

Em entrevista dada à jornalista Felice Friedson, nossa conhecida, na ONU, Riyad Al-Malki, o Ministro de Relações Exteriores da Autoridade Palestina fez algumas declarações oficiais surpreendentes. Segundo ele o conflito interno palestino não é do Hamas com a Fatah, mas do Hamas com a OLP que abriga todas as outras facções palestinas, menos o Hamas, que não quer a realização das eleições este ano com receio de perder seus assentos no parlamento. Al-Maliki vai mais fundo e diz que o Hamas "vendeu seu espírito e sua independência a outros países. O Hamas não é livre para decidir sozinho. Eu penso que outros países decidem pelo Hamas. Isso é um problema real. Eu estou me referindo ao Irã em particular. É surpreendente, mas este é exatamente o problema: que o Hamas permitiu que outros países, como o Irã, interferissem e influenciassem os assuntos internos palestinos." E continua: "Precisamos fazer com que Gaza volte para a família palestina. Precisamos trabalhar pelo reconhecimento internacional do Estado da Palestina. Precisamos trabalhar para este setembro."

Ossos na areia

Quando Mubarak e Kadafi aparecem no vídeo, são quase androides mumificados. Cabelos de espigas de milho e peles que mais parecem cera de Madame Toussaud. Mubarak, de presidente a ditador em poucos dias não saiu matando seu povo. Kadafi de líder a carrasco em três dias, ordenou a execução de seus "filhos" nas ruas, atacados até pela aviação de guerra líbia. Filhos como ele sempre chamou o povo do país que domina com fogo nas mãos e ferro nas ideias, desde o golpe militar de 1969 comandando por Al Magrabi que logo deixou o poder para um oficial de baixa patente, Kadafi, que havia estudado na Real Academia militar na Inglaterra. Aos 27 anos, Kadafi se encastelou no poder, se auto-promoveu a coronel e lá ficou. Além de proibir os jogos de azar e bebidas alcoólicas, imediatamente expulsou os judeus da Líbia, país muçulmano na África que não havia entrado no dominó das expulsões dos judeus nos países vizinhos de 1948 e 1956. Ao longo de seu reinado, o coronel patrocinou o terrorismo internacional de forma aberta, pregou dezenas de vezes a destruição de Israel, como Ahmadinejad, descaradamente, faz hoje, e financiou grupos revolucionários islâmicos, principalmente no Egito, com o qual quase foi à guerra por várias vezes. Agora o tenente golpista sente na pele as décadas de incentivo à revolução. E como alternativa, manda massacrar seus antigos fiéis aliados não com balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo, mas com artilharia, canhões antiaéreos atirando em pessoas nas ruas, armas antitanque contra manifestantes e a ordem estúpida para sua aviação de combate disparar contra o povo. Heróis desse embrólio, são os dois coronéis aviadores e seus navegadores que levantaram voo completamente armados e se mandaram para a Ilha de Malta onde pediram asilo. No que diferencia um soldado de um assassino estes quatro militares líbios não cumpriram as ordens imorais que receberam. Quanto ao resto das forças armadas líbias, parecem estar gostando da carnificina. E se fazem assim com os seus, imagine você, leitor, com os outros. E o mundo se espanta com a crueldade líbia. Me engana que eu gosto!

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Anticristo

Amr Nassef é âncora de telejornais da Al-Manar, o canal de TV do Hezbollah (agora no poder no Líbano), transmitido por satélite para o mundo islâmico, e proibido em quase toda a Europa, mas recebido em canais pagos nos nichos de imigração muçulmana na América Latina. No dia 11, após de mais de um minuto de "Allah Akbar" (Deus é Grande) o Nassef disse que o "faraó foi aniquilado, terminou a agonia e que, Deus é grande para todos vocês, seus tiranos e déspotas!" E continua: "A terra do Egito precisa ser purificada e agora eu vou contar um segredo - mais de 80 milhões de egípcios reconhecem você (Nasrallah), sua resistência (aos EUA e sionismo) e sua grandeza. Sayyed Nasrallah, você merece as maiores congratulações, por esta vitória e essa grande revolução."

Roubando judeus

Com lançamento previsto para 10 de março, o livro "Golden Harvest" (Colheita Dourada) já está causando polêmicas. O autor, Jan Tomasz Gross escreve sobre o saque e apropriação de bens, imóveis e empresas de judeus, por poloneses não judeus, durante o Holocausto. A intelectualidade polonesa está acusando o autor de preconceito contra os poloneses e planeja para o mesmo dia uma exposição sobre os poloneses que ajudaram os judeus durante o período. Mas a verdade é a verdade. Não ajudaram nos guetos, ajudaram a expulsar os judeus de suas casas para os guetos, não ajudaram nos levantes, não forneceram comida ou remédios para os guetos, não forneceram armas suficientes e nunca atacaram as tropas nazistas durante os levantes judaicos. Imagine a quantidade de imóveis, bens e negócios de 1/3 da população de um países sendo abandonados pelos judeus e ocupados imediatamente e saqueados pelos não-judeus, seus vizinhos que pouco os toleravam. E o escritor é que é preconceituoso.

Brasil no comando

Depois de assumir o comando-geral das forças de paz no Haiti, o Brasil coordenará a partir desta semana a Força-Tarefa Marítima (cuja sigla em inglês Maritime Task Force) no Líbano. O comandante escolhido é o contra-almirante Luiz Henrique Caroli. O Líbano passa por um momento de turbulência política, como outros países muçulmanos do Oriente Médio e do Norte da África, com ameaças de protestos e agravamento da instabilidade. O militar brasileiro vai comandar uma frota de oito navios de guerra de cinco nacionalidades - Alemanha, Turquia, Grécia, Indonésia e Bangladesh. Está em estudo a possibilidade de o contra-almirante comandar uma fragata com 3 mil navios. As informações são de militares e negociadores brasileiros, além da agência pública de Portugal, a Lusa.Desde de 1978, a Organização das Nações Unidas (ONU) mantém no Líbano uma missão de paz denomina Forças Interinas das Nações Unidas do Líbano (Unifil). O objetivo inicial foi garantir a retirada pacífica das tropas de Israel do Sul do Líbano e evitar conflitos entre os integrantes do Hezbollah e de Israel, além de dar apoio ao governo libanês para a consolidação do poder na região.

Perigo à vista!

O Conselho de Segurança Nacional de Israel advertiu para um aumento do risco de atentados contra israelenses na Venezuela e em outros países do mundo por causa do aniversário da morte de dois dirigentes do Hezbollah. O escritório, ligado ao primeiro-ministro israelense, recordou que, em fevereiro de 1992, foi morto Abbas Mussawi, secretário-geral do Hezbollah. Em fevereiro de 2008, em Damasco, Imad Mughniyeh, chefe militar do grupo, morreu na explosão de um carro-bomba. A organização libanesa responsabiliza Tel Aviv pelas duas mortes, que por sua vez nega a acusação. Para o Conselho israelense, existe um risco de atentados contra israelenses principalmente nessa semana em países como Venezuela, Egito, Turquia, Azerbaijão, Geórgia, Armênia, Costa do Marfim, Mali e Mauritânia. As autoridades recomendaram que os israelenses que se encontram nestes países consultem os responsáveis locais pela segurança nacional.

Roubo no museu

O anúncio foi feito pelo diretor nacional de arqueologia, Zahi Hawass, que oito peças de grande valor foram roubadas do museu Egípcio no Cairo. Outras 70 já haviam sido danificadas anteriormente, desde o início da onda de protestos na Praça Tahrir, que é próxima ao museu.

Funcionários do governo egípcio constataram o roubo durante um inventário do centro cultural.

O Museu Egípcio é o mais importante do país. Sua coleção é composta por cerca de 130 mil objetos de antiguidades reencontradas em escavações.

Entre as mais importantes estão artefatos das tumbas dos faraós e de membros da família real.

nota_02

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Luiz Fux, um judeu no STF

O STF vai ter um judeu de carreira. A presidente Dilma Roussef indicou para a vaga de número 11, do aposentado ministro Eros Grau, em aberto há mais de seis meses o Ministro do STJ Luiz Fux.

Com um currículo invejável na área direito, 21 livros escritos, doutorado em 1977, alçado a desembargador do TJ-RJ em 1997 e Chefe do Departamento de Direito Processual da UERJ, Fux nasceu em 1953, neto de exilados judeus romenos que escaparam da barbárie nazista. Seus avós, já casados imigraram em momentos diferentes, tendo ficado três anos separados. A avó veio primeiro.

No Brasil, seu avô, como tantos judeus imigrantes sem profissão e sem conehcer a língua foi klientshik vendendo roupas para pessoas de baixa renda e assim constituiu, sustentou e formou sua família. O pai de Luiz Fux era contador e conseguiu se formar em direito e exercer a advocacia já bem mais velho.

Os judeus da geração dos avós de Luiz Fux eram pessoas que não se abalavam e criaram as instituições judaicas brasileiras. O avô assumiu a direção de um dos lares de idosos no Rio de Janeiro e sua avó foi presidente do Lar das Crianças Israelitas, numa época em que a realidade das crianças judias sem pais, separadas pelas fugas e imigração, ou sobreviventes da perseguição nazista era dura e cruel.

O Ministro Luiz Fux é um frequentador da sinagoga Beit Lubavitch do Rio.