terça-feira, 22 de março de 2011

A revolta do Batalhão Naval

Este livro trata de um episódio pouco conhecido da nossa história ocorrida dias depois da Revolta da Chibata e tendo praticamente os mesmos protagonistas.

A Revolta do Batalhão Naval, embora fosse continuidade daquela e tenha sido mais duramente reprimida que ela, acabou ofuscada e relegada, quando muito, aos rodapés dos livros acadêmicos. Henrique Samet é professor doutor em História, professor adjunto do Setor de Letras Orientais e Eslavas na Faculdade de Letras da UFRJ. Pesquisador e autor de trabalhos acadêmicos na área de polícia política na República Velha e sobre a moderna comunidade judaica no Rio de Janeiro. A Livraria da Travessa de Ipanema fica na rua Visconde de Pirajá, 572 e o lançamento será no dia 29 às 19h.

Wiesenthal está vivo

O Wiesenthal Center divulgou em grande evento em Nova Iorque o relatório 2010 sobre Ódio na Internet. A pesquisa mostrou que houve um crescimento de 12% desde 2009 e até o final do ano passado havia 14.000 sites e perfis que podiam ser englobados na categoria "ódio". O relatório aponta tendências que assustam. A primeira a disseminação de jogos onde o objetivo é o ódio a judeus, negros, gays, latinos e africanos. A segunda preocupação é o roubo de identidade, quando divulgadores do ódio se fazem passar por pessoas comuns e até mesmo por ativistas anti-ódio ou pelos direitos humanos. E a terceira é o incremento do uso da internet e redes sociais por clérigos muçulmanos jihadistas não só para incitamento mas para envio de instruções técnicas e recrutamento para ações terroristas individuais.

Dedicação total

Não podemos esperar outra coisa de um povo como o japonês. Os funcionários da empresa de energia a qual pertence a enorme planta nuclear de Fukushima, com seis reatores, estão trabalhando trocando fiação, bombas hidráulicas e elétricas, lançando água da única forma possível e tentando reparar os danos do terremoto e maremoto que superaram as especificações de segurança, duríssimas, exigidas no Japão. Essa gente está trabalhando sabendo que seu desprendimento é a tentativa de salvar todos os outros. O ambiente é tão terrível que, segundo a ONU, estão expostos a 1.600 vezes o nível de radiação que cada um de nós recebe por dia. Para ficar bem claro, uma hora em Fukushima equivale a quase cinco anos em qualquer outro lugar. Radiação não tem fronteira e está se espalhando. A água das torneiras da megalópole Tóquio já apresenta resíduos radioativos prejudiciais. Dos seis reatores, o sistema de segurança de dois funcionaram perfeitamente, mas os outros foram destruídos. As explosões aumentaram os danos. A situação mais complexa é de um dos reatores danificados que não funciona apenas com urânio, mas com uma mistura de urânio e plutônio, que pode liberar um nível de radiação muito maior que o reator simples. Ainda não há como comparar este acidente nuclear com os anteriores pois são seis reatores envolvidos e não há uma zona segura ao redor de um reator danificado para minimizar os danos genéticos aos trabalhadores.

Ciúme Europeu

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, terminou nesta semana seu giro pela América Latina, destinado a reforçar laços econômicos e investimentos na região. Para a imprensa alemã, a viagem de Obama à América Latina em um momento tão delicado é, no mínimo, questionável. Segundo reportagem do jornal alemão Der Tagesspiegel, o momento não poderia ser mais desfavorável. "Desastre nuclear no Japão e revoltas no norte da África - há quem diga que o presidente dos Estados Unidos teria mais o que fazer do que visitar a América Latina", publicou o diário no sábado. Washington vê a visita como uma oportunidade para reafirmar a influência norte-americana região totalmente negligenciada pelo predecessor de Obama, George W. Bush. A presidente Dilma Rousseff e Obama assinaram uma série de acordos, que incluem a redução de barreiras comerciais e a ampliação da produção de petróleo e gás brasileiros no Golfo do México. O petróleo encontrado recentemente na costa brasileira pode equivaler a duas vezes as reservas norte-americanas. "Queremos ajudar o Brasil com tecnologia e apoiar o desenvolvimento dessas reservas de petróleo de forma segura, e quando vocês estiverem prontos para começar a vendê-lo, seremos um dos seus melhores fregueses", disse Obama.

terça-feira, 1 de março de 2011

Sorvete de Mãe

Um restaurante em Convent Garden, no centro de Londres, lançou um sorvete feito à base de leite materno. O "Baby Gaga", como foi batizado, é produzido a partir de leite doado por 15 mulheres britânicas. O produto é pasteurizado antes de ser batido com baunilha e casca de limão. Nas ruas de Londres, a criação, no entanto, divide opiniões. Uma mulher não quer nem experimentar, enquanto outra aprova, dizendo que o sorvete é um pouco diferente do tradicional. "Mais cremoso", completa a britânica. Mas ao pagar pelo "Baby Gaga", talvez o sabor se torne um pouco mais amargo. A iguaria custa 14 libras esterlinas, aproximadamente R$ 40. Você se habilitaria?

Becalel e o Golem

Sem muito alarde local ou internacional, a República Tcheca lançou uma série especial de uma moeda de prata para marcar os 400 anos da morte do rabino Jehuda Löw ben Becalel.

Por acaso, nós, brasileiros, judeus ou não, sabemos quem ele terá sido? Qual é a importância nacional, deste religioso judeu, para os Checos? Nascido em 1520, portanto há quase meio milênio, quando mal havia habitantes portugueses no Brasil, Becalel foi um dos maiores estudiosos do judaísmo. Era conhecido como o "Maharal de Praga"- acrônimo do hebraico Moreinu ha-Rav Loew, (Nosso Professor o Rav Löw). Filósofo, Talmúdico e místico, em seu tempo, foi o rabino chefe de Praga. Seu trabalho principal é o Gur Aryeh al HaTorah que vem a ser um apanhado de idéias sobre os comentários de Rashi. Popularmente, o Maharal de Praga ficou mundialmente conhecido pela lenda do Golem, um grande homem de barro, muito forte e praticamente indestrutível, trazido à vida para defender os judeus do Gueto de Praga dos ataques antissemitas. Löw, com sua capacidade mística, teria criado este "ser" defensor dos judeus a partir do barro, como D'us teria criado o homem. Ocorre que esta lenda surgiu impressa 200 anos após a morte do Maharal e, quem sabe, talvez seja apenas uma boa história do século 18. A moeda comemorativa mandada cunhar pelo Estado Tcheco demonstra claramente como o judaísmo sempre esteve fortemente presente na formação de seu povo.

Morre o escritor Moacyr Scliar

Moacyr Scliar, escritor gaúcho, membro da Academia Brasileira de Letras, morreu na madrugada deste domingo (27) , aos 73 anos, no Hospital de Clínicas em Porto Alegre. A causa de sua morte foi a falência múltipla de órgãos devido às consequências de um acidente vascular cerebral (AVC). Ele sofreu o AVC em 17 janeiro, quando se recuperava de uma cirurgia no intestino. Moacyr Jaime Scliar nasceu em Porto Alegre, em 23 de março de 1937. Filho dos imigrantes judeus José e Sara Scliar, oriundos da Bessarábia (União Soviética), Scliar cresceu no bairro Bonfim, tradicional reduto judeu na capital gaúcha. Foi alfabetizado pela mãe, que lhe deu o nome de Moacyr após ler o romance Iracema, de José de Alencar. Em 1962, publicou seu primeiro livro, Histórias de um Médico em Formação, um apanhado de contos sobre sua vida de estudante de medicina. Formou-se no mesmo ano. Casou-se, em 1965, com Judith Vivien Olivien, com quem teve um filho, Robertto. Autor de mais de 70 livros e eleito para a Academia Brasileira de Letras (ABL) em 2003, Scliar recebeu diversos prêmios ao longo de sua carreira, sendo o último, o "Jabuti", pelo sucesso do livro" Manual da Paixão Solitária", em 2009. Além de escritor, Scliar foi colaborador dos jornais Zero Hora e Folha de São Paulo. Teve textos adaptados para a televisão, teatro e cinema. Moacyr Scliar era dono de um temperamento dócil, de um caráter excelente, de um comportamento afável e era pródigo em amigos. Exemplo de conduta, deixa admiradores em todos os recantos do Brasil.

Terpins recebe o mundo judeu

Os principais líderes judeus do planeta se reunirão no Brasil no final de março para discutir a realidade judaica internacional na reunião anual da Junta Diretora do Congresso Judaico Mundial (WJC, sigla em inglês). "Este encontro é de enorme importância para os quase dezoito milhões de judeus que existem no mundo", destacou Jack Terpins, presidente do Congresso Mundial Judaico, Ramo Latinoamericano. Os debates acontecerão em São Paulo, entre os dias 27 e 30 de março, e servirão para analisar o atual mapa geo- político do Oriente Médio. Outro dos termas em discussão, será a presença cada vez mais forte do Irã em alguns países da América Latina. O antissemitismo e a mudança da política do Brasil com relação àquela dita república islâmica, também faz parte do grupo de temas que estará sobre a mesa de diálogos. "A expectativa deste grande encontro está centrada nos interesses e na agenda de todas as comunidades judaicas", destacou Terpins. "Creio que o que estão passando os judeus em certos países da América Latina com relação ao Irã é preocupante. Nosso papel é enfrentar com coragem os assuntos que dizem respeito à tranquilidade de nosso povo. Vamos dissecá-los, como sempre fizemos", ressaltou o presidente Terpins. "A preocupação é grande quanto à questão do terrorismo que pode se espalhar."