Não há maior mentira do que a atribuição para a falta de paz e de diálogo entre israelenses e palestinos ao fato de que Israel constrói colônias e as amplia, em território ocupado.
Ora, qual é o país deste planeta que deixou de lado sua luta armada por ampliação de fronteiras enquanto tinha forças para tal?
O contorno das fronteiras do Brasil foi desenhado por um lápis ou por balas de garrucha, de mosquete e de canhão?
Por acaso, o que faz a Inglaterra com as Malvinas ou Falklands?
Como agiram os antepassados de Barak Obama com os índios? Aliás, como agem, até hoje?
Já ia me esquecendo das fronteiras dos Estados unidos com o México. Como é que foi mesmo, hein?
Como foi que os alemães acertaram suas fronteiras no final dos anos trinta do século passado com a Áustria, com a Polônia, com a França e o que queriam mesmo fazer com a Rússia? Você se esqueceu? Eu não!
E os chineses com a Mongólia e com o Tibet?
A verdade é que desde que o mundo existe e foram criados os países com suas fronteiras, as guerras por território acontecem.
Agora é que você, que está lendo o que escrevo, vai ficar pasmo!
O conflito do Oriente Médio nada tem que ver com terras e com fronteiras. Querem entender? Vamos lá.
Corria o ano de 1974 e Anwar El Sadat, o então presidente do Egito, declarou sua vontade de fazer a paz com Israel e para lá se dirigiu. Não foi recebido? Foi, sim! Ofereceu a paz e levou com ele de volta para casa, todo o deserto do Sinai, conquistado por Israel na guerra dos Seis Dias. E, não foi só isso. Levou de volta todos os poços de petróleo daquele deserto, intactos e com uma série de melhorias técnicas realizadas pelos israelenses, no sentido de facilitar a prospecção. A única exigência do Egito era não receber de volta Gaza com seus quase dois milhões de palestinos. A mesma Gaza que havia ficado décadas sob sua administração com seu povo quase morto de fome.
Passados os anos, Ariel Sharon, o à época, primeiro ministro israelense, desocupou Gaza, unilateralmente, tirando daquele território, não só o exército de defesa de Israel, mas além de suas tropas, todos os colonos que viviam na região em colônias construídas pelo Estado Judeu.
Quem entende árabe e lê as declarações sistemáticas dos líderes dos vinte e dois países árabes que cercam o Estado de Israel, desde o norte da África, até o mais recôndito terreno do Oriente Médio, quase em sua fronteira com a Europa, sabe muito bem que os inimigos dos judeus pregam o fim do Estado de Israel e a islamização de todo o território onde hoje o mesmo está assentado. Com colonos, sem colonos, com construções de novas colônias, sem as colônias, não há qualquer demonstração de intenção de pacificação por parte dos palestinos que continuam insistindo, na calada interna das declarações de seus líderes, na destruição do Estado Judeu e na maometização das poucas almas que ainda restarem naquele espaço.
Obama sabe muito bem que Israel sairá das áreas ocupadas em resposta a um tratado sério e eficaz de paz.
Que Israel continue construindo suas colônias, onde bem entender, enquanto a resposta de seus adversários forem os lançamentos de foguetes para dentro de seu território.
Se quiserem paz, terão seus terrenos de volta. Se assim não entendem, que convivam com as colônias israelenses em seus cangotes.
O mundo foi construído pela força. O Oriente Médio aos olhos dos líderes mundiais tem que ser diferente. Ora, nenhum deles, olhando para a história de seus países tem moral para exigir nada de ninguém. Muito menos dos judeus.
Ronaldo Gomlevsky