quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Entenda o Domo de Ferro

Estamos no século 21 e Israel luta sua segunda "guerra do futuro" prevista pelos escritores de ficção científica. Uma guerra de mísseis e anti-mísseis. É bem verdade que durante a Segunda Guerra Mundial o avanço tecnológico nazista lhes permitiu despejar mais de 11 mil mísseis balísticos (trajetória e ponto de impacto não controlados) dos modelos V1 e V2 contra Londres e arredores, como arma puramente de terror contra a população civil (30 mil vítimas apenas em Londres, destruição de mais de 1.500.000 imóveis), a um custo elevadíssimo e sem qualquer finalidade tática ou prática, a não ser a indesejável, para o atacante: consolidar a vontade da população atingida em resistir aos golpes e revidar. Ao longo dos anos todos os países desenvolvidos criaram sistemas de mísseis de ataque e de defesa. A defesa sempre em desvantagem com capacidade baixa de acerto. Mísseis de longo alcance e intercontinentais possuem um arsenal enorme de armas de defesa para os destruir já que suas trajetórias são longas, altas e havia muito tempo para calcular. São mísseis estratégicos. Os mísseis táticos, lançou daqui caiu ali em menos de um minuto representam um desafio que apenas a tecnologia israelense da empresa Raphael, com financiamento americano (pois existe uma real necessidade deste tipo de arma), conseguiu resolver. Ao ouvir uma sirene de alerta um cidadão israelense no sul do país possui apenas 15 segundos para encontrar abrigo até o míssil terrorista atingir o solo. Imagine então quanto tempo tem uma bateria anti-aérea para atacar este míssil? O Domo de Ferro só possui seis baterias neste momento. Cada uma delas tem três lançadores com 20 mísseis cada. Portanto a construção está sendo rápida, pois no começo do ano havia apenas umas cinco unidades lançadoras. Hoje são quinze. Portanto, há 300 antimísseis prontos para o disparo a qualquer instante no sul de Israel. No norte, para fazer frente ao Hezbollah, não há nenhum. Cada bateria possui um radar especial de nível de solo e computadores poderosos.

Quando um míssil balístico é disparado de Gaza, e normalmente não é um só, mas uma rajada, o radar da bateria do setor precisa identificar cada alvo, o computador precisa calcular sua trajetória provável e seu ponto de queda: se for prevista uma área populada, o interceptador é alimentado com as coordenadas de sua trajetória e lançado automaticamente. Só que tudo isso precisa acontecer num tempo menor que o que você levou para ler a frase que explicava o que acontece! Ao chegar neste ponto do texto, os soldados já estarão comemorando o acerto e destruição de vários dos mísseis lançados de Gaza, instantes antes.

É tudo muito rápido e de fato impossível com a tecnologia de computadores de 10 anos atrás. Na operação atual o índice de acerto está variando entre 75% e 90% o que é espetacular. Mas é muito caro. Cada disparo custo 50.000 dólares. Israel está com um orçamento de 1 bilhão de dólares para o sistema. Sabe-se que já foram disparados mais de 300 armas destas ao passo que os palestinos já disparam mais de 1.000 foguetes nestes últimos dias, a grande maioria deles não mais Qassams "artesanais", mas armas militares de médio porte, russas e iranianas, Grad e Fajr, contrabandeadas aos milhares do Irã e da Líbia através da conivência egípcia do falecido ou sumido Hosni Mubarak. Ao que se sabe, os países muçulmanos patrocinadores do terrorismo não venderam estes mísseis aos palestinos: os doaram para matar judeus. A grande incógnita da questão atual é o silêncio do Hezbollah ao norte. Se este grupo resolver atacar, não encontrará nenhum tipo de defesa para os projéteis balísticos táticos de trajetória baixa. Israel já declarou este ano que o Hezbollah está com 30.000 mísseis ou mais! Grande número deles de armas militares de grande porte russas, iranianas e sírias, inclusive mísseis Scud (evolução soviética das V2 nazistas), com ogivas explosivas de centenas de quilos, como os que Saddam Hussein disparou contra Tel Aviv e outras cidades de Israel, atingindo-as na Primeira Guerra do Golfo. Para se defender destas armas mais devastadoras, Israel conta ao norte com as baterias de mísseis Patriot americanas, as mesmas de 20 anos atrás e espera-se que modernizadas e também de um sistema fabricado em Israel chamado Arrow (Flecha), bem mais moderno e eficiente podendo engajar vários mísseis ou aviões de combate ao mesmo tempo

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Os comentários serão moderados, não sendo publicadas ofensas, propaganda racista ou revisionista, ou proselitismo, resguardado o direito de liberdade de expressão. Se vc quiser ofender, crie seu próprio blog. É fácil! Por mais ofensivo que for, nenhum usuário que não tiver seu comentário publicado será considerado como spam ou será bloqueado.