quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Os "Políticos"

Como devem se comportar os tais políticos?

Como devem interagir com a sociedade aqueles que devem, nos parlamentos ou à frente das instituições, representá-la?

Quando alguém faz da sinceridade e da correta colocação de suas ideias uma forma de se apresentar na disputa eleitoral, logo é adjetivado de pouco ou nada político.

Parece que o eleitor não gosta de ouvir verdades. Ao contrário, prefere ser perenemente enganado. Não gosta de decidir pelo que pode ser o melhor. Parece preferir os conchavos que tiram dele a capacidade de escolher e que colocam em sua frente pratos requentados e anteriormente preparados com a finalidade de fazê-lo engolir sem mastigar. Parece que tem prazer em ouvir e acreditar em mentirinhas, contadas na maior cara de pau, que não resistem à menor das averiguações. Parece preferir uma rosa, um chaveiro ou uma promessa que não será cumprida à austeridade de um passado correto e de um presente digno que pavimentam, sem dúvida, um futuro de sucesso. Parece amar a vocação para o que não presta.

Eleições são um momento mágico em que a sociedade se depara com as mais reais e quase únicas possibilidades de mudanças indubitáveis no percurso de sua realidade, e por esse fato mesmo é que devem ser abençoadas, respeitadas, mantidas e protegidas como um bem maior, conquistado, em muitos casos, com verdadeiro derramamento de sangue, com muito trabalho, com litros de suor e, em diversas ocasiões, através da queda de caudalosas cachoeiras de lágrimas.

Como não é segredo, as eleições no Clube de Regatas do Flamengo vão acontecer no começo de dezembro, com uma penca de candidatos. Curiosa e diferentemente do que se poderia esperar, existe em qualquer colégio eleitoral um tipo de eleitor que, ao invés de se satisfazer com a possibilidade de escolha, está, ao contrário, reclamando da quantidade de candidatos. Parece não se importar com a possibilidade grandiosa que tem de poder, dentre muitos, escolher aquele que melhor encarna seu pensamento em relação à direção da instituição da qual é membro.

Defendo a tese da análise profunda de cada candidato, por parte do eleitor, e advogo a ideia de que é fundamental a possibilidade de escolha. Fico imaginando o que diriam estes poucos preguiçosos de plantão caso não houvesse qualquer candidato em disputa. Talvez se satisfizessem com a prática dos regimes em que não há alternância de poder e, por isso mesmo, não há necessidade de eleições.

No Brasil, ganha corpo, em certos momentos, esta ideia de união entre desiguais, apenas com a finalidade de facilitar a vida do eleitor que se recusa terminantemente a raciocinar e fazer de sua escolha uma real possibilidade de mudança no que está errado. Continuo pensando que prefiro lidar com quem me fala uma dura verdade do que com quem tenta me enganar, apaziguando meu espírito com abobrinhas que certamente manterão tudo no mesmo lugar ou poderão mesmo piorar substancialmente a minha vida, caso este tipo de falso messias se abolete em funções de vital importância para a minha vida.

Durante todas as minhas corridas eleitorais, que foram muitas, sempre escutei alguns de meus companheiros me propondo que mentisse, que acordasse com o pior dos adversários e que abrisse caminho para certo tipo de engodo. Preferi me manter com a possibilidade de me olhar no espelho, no dia seguinte. Assim construí uma carreira de sucesso, com muitos amigos reais e sem me envergonhar de nada que tenha feito. Consegui acumular, também, uma grade de adversários. Prefiro assim.

Continuo acreditando, como me ensinou meu avô, que é melhor ficar vermelho antes do que amarelo depois.

Sugiro, com todas as minhas forças, que você que é eleitor, em qualquer eleição de que participe como votante, escolha pelas qualidades o seu candidato. Aposte nele. Vá com ele até o fim e, vencendo, cobre dele o que disse que iria fazer. Não se deixe enganar por facilidades momentâneas que custarão caro no fim da trilha.

Não tenha preguiça de escolher e não se impressione com a forma e, muito menos, com os bonitos invólucros. Acredite na sua própria sensibilidade para escolher e, no fim, comemore a vitória do melhor. Daquele que garantirá para você a realização verdadeira de seus sonhos.

Ronaldo Gomlevsky

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