quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Nazismo nunca!

Notícias sobre as declarações racistas e antissemitas dos líderes do partido Jobbik na Hungria, o atual partido nazista local, se espalharam rapidamente. Mas a comunidade judaica e a população reagiram. Neste domingo, dia 3, mais de 10.000 pessoas participaram de uma manifestação contra o antissemitismo e contra os políticos de extrema-direita em frente ao parlamento de Budapeste. A justa ira democrata vem em resposta ao pedido do partido Jobbik para que o governo crie uma "lista de cidadãos de origem judaica os quais representam um risco de segurança para a Hungria." Os genocídios nazistas do século vinte começaram com este tipo de lista. Um pequeno grupo de contra-manifestantes tentou atacar a multidão com gritos de "Judeus Imundos" e foi retirado pela polícia. A manifestação foi liderada por grupos judaicos e evangélicos da Hungria.

Sem perder a perspectiva história, a Hungria não foi um país ocupado pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial. A Hungria tinha seu próprio regime fascista, como a Itália, e foi país aliado à Alemanha Nazista. O número de fascistas e nazistas originais em sua população foi enorme e nem as décadas de ocupação soviética modificaram o que avôs passaram para filhos e netos. Os batalhões húngaros lutaram lado a lado com os alemães e perderam dezenas de milhares de homens na batalha de Stalingrado, contra os soviéticos (1942-43). A derrota nazista levou o governo húngaro a tentar um armistício em separado com os aliados ocidentais. Com a certeza da guerra perdida, mas mantendo um gasto financeiro impressionante para acelerar o extermínio dos judeus, a Alemanha nazista invadiu a Hungria em 19 de março de 1944. Já em abril, meio milhão de judeus húngaros foram concentrados em guetos, Os que viviam em áreas rurais foram presos e enviados aos guetos pela polícia húngara. Mas estes guetos já não eram mais como os poloneses ou soviéticos. Em muitas cidades, a aglomeração de judeus foi deixada nas ruas, ao relento. Não havia água, comida, remédios ou tratamento médico. A intenção era a de que morressem rapidamente. Policiais húngaros torturavam e roubavam os judeus nos guetos. E nenhum destes locais existiu por mais de algumas semanas.

No mês seguinte, em meados de maio, começava a deportação dos judeus húngaros, em sua maioria para Auschwitz. E menos de 60 dias, 440.000 judeus foram transferidos para a morte em 145 comboios de trens. Alguns milhares destes foram enviados para a fronteira com a Áustria para cavar trincheiras e construir fortificações em regime escravo. Na Hungria, a única comunidade judaica que permaneceu foi a de Budapeste, onde em novembro, 70.000 judeus foram confinados em uma área de cerca de 6 quarteirões da cidade. Em 1941 havia 825 mil judeus na Hungria: 63 mil foram mortos antes da ocupação alemã; 500 mil mortos durante a ocupação alemã. Cerca de 225.000 judeus húngaros sobreviveram.

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