terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Fede mais, fé de menos!

Sou o primeiro a aplaudir as estratégias do prefeito do Rio, Eduardo Paes, antenado, para conseguir lotar a cidade de turistas.

O comércio, os transportes coletivos e individuais públicos, os hotéis, os restaurantes, as farmácias, os vendedores de milho cozido, de mate, de água de coco, os quiosques da orla estão todos rindo de orelha a orelha. O carnaval acaba de acabar e não temos alternativa a não ser anunciar que o Rio bombou como há muito não bomba. Aliás, como nunca, vez que graças à política externa do Itamaraty, jamais sofremos qualquer atentado à bomba, no Brasil. Amizade com o Irã, com os palestinos de Gaza, seus Hamas e Hezbollahs e por aí vai. Toquei no assunto, vez que faz menos de dez minutos que deixei a sala dois de projeção do cinema Roxy, na qual fui assistir o filme que conta a história dos americanos que mataram Bin Laden. Bem, mas essa é outra história.

Vamos colocar o trem de volta nos seus trilhos.

Está tudo ótimo com o Carnaval do Rio? O próprio prefeito, com a inteligência e a capacidade que tem, já declarou que será preciso corrigir rumos com relação ao carnaval de rua que sua equipe ressuscitou com muita competência.

Sucede que o metro quadrado mais caro do mundo, leia-se praias da zona sul, que também detém a maior taxa de IPTU por imóvel na cidade, não pode e não deve estar exposto ao lixo, à zoeira e ao fedor que emanam desta desvairada folia, tão eficiente, quando se trata de angariar circulação de capital e de triste memória quando se avalia as sequelas que deixa quando se vai.

O Rio em seus cartões postais mais destacados está fedendo. Muito mijo, muito cocô e muito lixo, este de responsabilidade maior daqueles que vendem comida com alvará, ou seja, os restaurantes que empilham nas calçadas e na frente de nossas moradias, toda a sua porcaria, composta de sobras de comida, produtos apodrecidos e tudo o mais que puderem, fazendo feder a cidade inteira sob as vistas e as narinas indefesas da cidadania. Este tema precisa ser mais bem fiscalizado e resolvido. O Rio, três dias após o fim da festa de Momo, fede como jamais fedeu. É só uma constatação. Fede mais e qualquer carioca pode testemunhar sobre o mau cheiro que tem sentido, basta colocar seus pés na rua.

Vamos em frente, agora com a questão da fé de menos.

Tema relativo à renúncia de sua, dele, santidade. Ratzinger. Aquele mesmo, um dos meninos bem comportados de Hitler. Todos os Papas morreram no trono, com exceção de um, que fazem seiscentos anos, renunciou. Terá Bento XVI enlouquecido? Tem mais consciência do que sua mais do que centena de antecessores ou está sendo apeado do poder, (usando a desculpa real do envelhecimento natural a todos os seres vivos) por uma turma que perdeu nele a confiança, para que viesse a colocar a Igreja no caminho do avanço sobre o naco de fiéis que vem diminuindo a olhos vistos, com perda sensível de arrecadação? E o tesouro do Vaticano, como é que fica? Afinal, eles dizem, quem gosta de dinheiro são os rabinos. Será, mesmo?

Enquanto os evangélicos no mundo todo, enchem a burra de grana, o Vaticano vem passando apertos atribuídos às desastradas gestões financeiras de seu banco, presidido por amigos do atual dono da cadeira de Pedro que também não enfrenta as questões sensíveis mais importantes para a humanidade, tais quais a pedofilia entre o clero, a homossexualidade dos religiosos, a tal e "famigerada" camisinha e outros temas, como a opção da Santa Madre pelos pobres do mundo. Não enfrenta ou não tem conseguido enfrentar com a leitura, o discurso e o desprendimento que os cardeais seus eleitores esperam.

Até março, saberemos se os companheiros de batina do germânico e ex-membro da juventude Hitlerista que se transformou em Papa, aqueles que realmente mandam na Capela Sistina, estão mais à sua esquerda ou mais à sua direita. Saberemos quando eles escolherem o próximo representante de Cristo na terra. Tudo indica que a tradição de se varrer problemas para o subsolo da casa de Pedro deve continuar prosperando. Basta aguardarmos mais um pouco. Logo saberemos.

Será que a escolha do próximo Papa será uma questão de fé demais ou federá menos?

Bem minha gente, vou ficando por aqui, esperando que minha rua não feda mais no próximo carnaval e que o Papa a ser escolhido traga não só aos católicos, mas a toda a humanidade, a ideia de que um homem bem preparado e antenado com a realidade do mundo, ligado e inteligente pode e deve mudar o curso das coisas. Esta sim, uma questão que poderá trazer um maior fedor ou uma possibilidade de fé para todos os homens de bem católicos ou não, que habitam este emaranhado em que se transforma a cada dia o nosso planeta, atacado por tanta gente do mal. Como judeu, mas mais ainda como ser humano, tenho esperança e não me furto a comentar assuntos que aparentemente não deveriam me dizer respeito.

Enfim, fedeu ou cheirou?

Me escreva comentando e me oferecendo a alegria de ler a sua opinião. Mais uma vez, obrigado pela paciência com meus argumentos.

Ronaldo Gomlevsky

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