quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

O maior eleitor de Israel

Vamos, apenas como exercício de raciocínio, imaginar que o Hamas, ao invés de lançar foguetes diariamente contra a população israelense, tivesse para com o Estado Judeu, uma atitude proativa. Ao invés de incitar o povo cuja certa parte representa, propusesse uma zona de livre comércio com Israel, a partir de Gaza.

Ao invés de seus líderes discursarem sugerindo afogar os judeus e varrer seu estado do mapa, propusessem uma atividade constante de cooperação científica. Outro tanto, digo sobre o Hezbollah. O que sobraria em termos de votos para Bibi e para a atual direita em Israel? Muito poucos eleitores estariam marchando em direção a oferecer seus votos à belicosidade e aqueles que não pensam no vizinho como vizinho e sim como inimigo.

O mais triste desta questão é que o vizinho, pouco inteligente como é, também não dá chance. Ele mesmo, este vizinho desprovido de amor por seus entes queridos, trabalha incessantemente pela eleição de Bibi e seus miquinhos amestrados.

Escoiceia, agride, mente, difama, esconde suas armas sob seus hospitais e suas escolas, cospe fogo na terra alheia e não dá espaço para mais outra política que não seja a que hoje prevalece num país que tinha tudo para viver em paz, mas que, em função do pouco interesse dos atuais adversários na busca por uma paz de verdade, também vive num estado sistemático de beligerância. É claro que a responsabilidade não pode ser lançada sob as únicas costas palestinas. Israel tem sua parcela quando não consegue mudar a vertente pouco criativa e nada ambiciosa por um futuro melhor, escolhida por sua liderança atual.

Escrevo antes do resultado das eleições em Israel. Tenho certeza que o atual estado de coisas da região, confere aos idiotas do Hamas e do Hezbollah, o título de maiores eleitores de Bibi. Assim como, nas próximas eleições palestinas, os idiotas da direita israelense, vencerão a corrida em busca do prêmio de maiores eleitores dos radicais de Gaza, do Sul do Líbano e da Cisjordânia. Ainda espero dançar em Jerusalém quando chegar o primeiro dia da paz na qual continuo a acreditar, entre judeus e árabes.

Desde o dia em que cheguei a Israel em 1967 junto com meus companheiros voluntários após a Guerra dos Seis dias, não penso em outra coisa se não na paz para os povos do Oriente Médio. Lá se vão quarenta e seis anos. Ainda tenho fé e esperança de que viverei para participar deste momento. Parabéns Bibi pela sua vitoria. O Hamas exulta!

Ronaldo Gomlevsky

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