quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Pato novo na lagoa política israelense

O ex-apresentador de televisão Yair Lapid emergiu como o novo homem forte da política de Israel depois que o seu partido, o secular-liberal Yesh Atid (Há um futuro), obteve 19 dos 20 assentos do Knesset, tornando-se assim a segunda maior força no Parlamento e uma sensação política. Lapid já está sendo cortejado pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, cujo bloco Likud-Israel Beitenu perdeu 11 mandatos, chegando a somente 31. No total, a ala de direita e os partidos religiosos, tradicionais aliados de Netanyahu, obtiveram 61 assentos, afirmou a comissão eleitoral ao divulgar os resultados preliminares na última sexta-feira (25/01). Trata-se de uma maioria apertada, que obriga Netanyahu a buscar outras opções.Segundo a mídia local, Netanyahu pretende formar uma coalizão de governo a mais ampla possível. Além do Likud e do Israel Beitenu, bem como do Yesh Atid, poderiam participar dessa coalizão o partido de extrema direita Casa Judaica e o centrista Kadima, afirmou o jornal Jerusalem Post.O objetivo de Netanyahu seria governar com uma maioria tão ampla que a possível saída de um partido menor não implicasse a perda dessa maioria, afirmou o jornal. O diário Yedioth Ahronoth anunciou que, em encontro de duas horas com Lapid na última quinta-feira, Netanyahu teria lhe oferecido o cargo de ministro do Exterior ou das Finanças.Os cargos de ministro do Exterior, das Finanças e da Defesa são considerados os de maior prestígio no governo israelense. Observadores comentam que, devido a seu foco social, Lapid hesita em aceitar o Ministério do Exterior ou das Finanças. Ele prefere assumir a chefia da pasta da Construção, Educação ou do Interior, afirmam os observadores. Lapid é um talento midiático. Os israelenses o conhecem da televisão, pois ele apresentava o noticiário de maior audiência da TV, na emissora Canal 2. Além disso, escrevia uma coluna no jornal de grande circulação Yedioth Ahronoth. E o político de 49 anos não apenas tem uma aparência de estrela de cinema, ele também trabalhou como ator, além de escrever peças de teatro e séries de TV e publicar até mesmo livros infantis. Durante vários anos Lapid cogitou passar do jornalismo para a política, mas só em janeiro de 2012 tomou essa decisão, tornando-se líder do Yesh Atid. Para o diretor da Fundação Heinrich Boll em Tel Aviv, Marc Berthold, o surpreendente sucesso eleitoral de Lapid se deve a seu papel de portador de esperanças. Ele exigiu o fim da isenção do serviço militar para os mais religiosos e a abolição de privilégios financeiros para os ultraortodoxos. Seu tema central foi justiça social. O próprio Lapid se vê como voz da classe média israelense. Durante a campanha eleitoral, ele enfatizou a demanda por uma distribuição igualitária de custos. Seria ruim para Israel se o país obtivesse um governo determinado apenas pela direita ou pelos ultraortodoxos, argumentou Lapid. "Nós precisamos de um governo de coalizão, que abranja todas as forças", disse. (Foto de divulgação)

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